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mamães e amigas

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Para criar um bebé só é preciso senso comum


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pediatra espanhol Carlos González, autor do livro Bésame Mucho, regressou a Portugal, a convite do projeto Mamar ao Peito, para uma conferência sobre amamentação. Em entrevista à Pais&filhos, falou dos temas que mais preocupam os pais. Basta ouvi-lo, lê-lo, para se ficar com a impressão de que ter filhos é a coisa mais fácil do mundo.

Porque é que as crianças resistem tanto ao sono? Porque é que tantas vezes não querem dormir?
A minha teoria é que os bebés, na nossa sociedade, têm medo de ficarem sozinhos. A maioria das mulheres do mundo anda com os filhos às costas todo o dia. A nós, europeus, custa-nos compreender que somos muito poucos e que, na maior parte do mundo, não é como nós fazemos. Na maior parte do mundo, os bebés andam às costas da mãe durante todo o dia e dormem com a sua mãe à noite. Para os bebés africanos ou peruanos, que andam nas costas da mãe todo o dia, é igual estarem a dormir ou estarem acordados, porque adormecem e acordam e continuam junto da sua mãe. Mas, na nossa sociedade, assim que o bebé adormece pomo-lo no berço. Então, os bebés europeus passam várias vezes por dia pela experiência de que estão com a sua mãe quando adormecem e quando acordam estão sozinhos. E eu penso que chegam à conclusão de que é melhor não dormirem. Porque, senão, a mãe vai embora.

Há muitas críticas ao co-sleeping. Que prejudica a autonomia da criança, que estraga o casamento…
Se não prejudica o marido, não vai prejudicar o bebé. Há muitas mulheres que dormem com os seus maridos e isso não prejudica a sua independência, o seu crescimento, não acontece nada.

Mas não pode prejudicar a relação?
Todos os nossos avós dormiam com os filhos e tinham muitos mais filhos do que agora… De alguma maneira se consegue.
(abre o livro de Fernando Pessoa e lê)
“Quando eu morrer, filhinho,/Seja eu a criança, o mais pequeno./Pega-me tu ao colo/E leva-me para dentro da tua casa./Despe o meu ser cansado e humano/E deita-me na tua cama./E conta-me histórias, caso eu acorde,/Para eu tornar a adormecer./E dá-me sonhos teus para eu brincar/Até que nasça qualquer dia/Que tu sabes qual é.
Isto era o normal em 1914.

A solução para as crianças que acordam muitas vezes à noite é levá-las para a cama dos pais?
O problema é que existe uma grande desconfiança em relação às mães e a tudo o que elas fazem. A desconfiança existe na sociedade e nas próprias mães, que não têm confiança em si próprias. Os bebés acordam várias vezes durante a noite, principalmente a partir dos quatro meses. Se eu digo: «Quando o bebé acordar de noite, faz-lhe uma massagem» e a mãe faz e o bebé adormece. A mãe pensa: «Que bem que funciona a massagem». Se digo para pôr a cama virada para oriente, seguindo as indicações do Feng Shui, e ele adormece, a mãe pensa: «Que bom é o Feng Shui». Mas se digo: «Mete-o na cama contigo», e ele adormece, ninguém diz: «Que bom é ele dormir comigo». Em vez disso, dizem: «Este bebé não dorme, se não o ponho na minha cama não dorme». Ou seja, é algo que funciona, mas parece que é mau. E passa-se o mesmo com o chorar. Dizemos: «Este bebé só chora, enquanto não lhe dou colo não se cala». Mas se lhe dermos um medicamento e ele se calar dizemos que o medicamento é maravilhoso.
Os bebés são muito fáceis de criar, muito fáceis de cuidar, só há que usar um pouco o senso comum, ver o que funciona e o que não funciona, lembrarmo-nos de quando fomos crianças. Não é assim tão difícil.

Porque é que tantas crianças não querem comer?
Quando dou uma conferência, estou numa sala com 100 mães e pergunto: alguma vez, algum médico ou enfermeiro lhes disse que o seu filho tinha pouco peso? Metade da assistência levanta a mão. Depois, pergunto: alguma vez, o seu médico ou enfermeiro lhes disse que o seu filho pesava muito ou estava gordo? Levantam a mão duas ou três. Como é possível que, num país onde o maior problema de saúde é a obesidade infantil, os médicos só encontrem três gordos e encontrem 50 magrinhos? Estamos loucos. Nós, os médicos, estamos a recomendar uma quantidade exagerada de comida e, às vezes, conseguimos que as crianças comam o que recomendamos. A obesidade infantil é devida, além de outros fatores, a milhares de médicos que dizem aos pais que os seus filhos têm de comer mais. Não é cair no absurdo de dizer que pese o que pese é normal e não tem importância. Há coisas que não são normais. O estar demasiado magro é estar fora do gráfico [de percentis]. O cinco por cento é normal, assim como o 95. Até o percentil um é normal.

Os pais fazem muitas coisas para tentar convencer os filhos a comerem: o aviãozinho, cantam. Sei que é contra tudo isto.
Sim. Não há que fazer nada nunca para obrigar o bebé a comer. Nem coisas boas, nem coisas más. Nem dar-lhe castigos por não comer, nem dar-lhe prémios por comer tudo, nem distraí-lo para que coma. Porque um bebé saudável comerá o que precisa e um bebé doente não ganha nada se o obrigarmos a comer.

Como é que uma mãe pode saber que o bebé está a mamar o suficiente?
Na realidade, é muito difícil saber. Serve de pouco ver quanto tempo o bebé está na mama, porque uns demoram mais tempo do que outros, uns mamam mais vezes do que outros. Costuma dizer-se às mães que vejam se o bebé faz chichi, se faz cocó. Mas isso é pouco útil e leva muitas mães a ficarem obcecadas, a apontarem sempre quando o bebé faz chichi e cocó. A única coisa que pode comprovar se o bebé está a comer bem é o seu peso. Por isso, é importante controlar o peso dos bebés nos primeiros dias, logo a partir dos dois, três primeiros dias de vida. Depois, é absurdo pesar um bebé todas as semanas. Basta olhar e vê-se que está bem. Mas é muito difícil dar confiança a uma mulher, porque parece que há como uma tendência espontânea para ter medo de tudo.  Penso que as mulheres necessitam é de informação, de apoio, acho que é muito útil ir a um grupo de mães durante a gravidez, sem esperar por ter um problema.

Defende muito o natural, mas faz questão sempre de frisar a importância das vacinas…
Eu não defendo o natural, defendo o que é melhor para as crianças. Defendo que se deve dar colo às crianças. Porque é natural? Não, porque é o melhor para as crianças. Também acho que as crianças devem andar calçadas e isso não é nada natural.
Há gente muito tonta que diz que o poder dos laboratórios obriga as vacinas a estarem no plano de vacinação. Em Espanha, por exemplo, fecharam-se pisos inteiros de hospitais por causa da crise. Mas não se atrevem a retirar as vacinas do calendário. Se os laboratórios têm tanto poder, como permitiram que houvesse tantos cortes na saúde? O governo sabe que se cortasse a vacina da difteria, daqui a cinco anos haveria uma epidemia de difteria. É curioso como algumas pessoas usam a bandeira da Organização Mundial de saúde para defender o parto natural e a amamentação, mas se a OMS recomenda as vacinas dizem que está vendida aos laboratórios. Uma vacina nem custa dez euros. Houve alturas em que os governos quase tiveram de obrigar os laboratórios a fabricarem vacinas, porque elas são tão baratas que o seu fabrico não rendia.

Os bebés têm mesmo cólicas?
Sim... mas as cólicas não são nada. É uma maneira de dizer que ele chora e não sabe o que se passa.

Mas doi-lhes a barriga ou não?
Não há maneira de saber. Não lhe podemos perguntar o que se passa. O que sabemos é que uns bebés choram menos, outros choram mais. Alguns ficam bem no berço outros não. E sabemos que os bebés choram menos se lhes dermos mais colo.

O colo e o mimo são a melhor solução?
Sim, claro. Há pessoas que dizem: «Se dás muito colo a um bebé, ele habitua-se». Se é assim, se o deixares chorar, ele também se habituará. Mas as duas coisas são mentira. Esta teoria da habituação é absurda. Muita gente crê que as crianças se habituam a tudo por repetição. «Se a pões na tua cama: habitua-se e não vai querer sair da tua cama. Se lhe dás colo: habitua-se e vai querer sempre colo.» Então se lhe puseres a fralda, habitua-se vai querer sempre fralda. É absurdo. Ninguém usará fralda aos 18 anos por causa disso. Quando o teu filho é criança faz coisas de criança e quando for adulto fará coisas de adulto. Não muda porque o educaste, muda porque cresceu.

O que é que um bebé precisa para ser feliz e saudável?
Para ser feliz, basicamente, precisa da sua mãe (ou alguém que faça o papel da mãe). Para ser saudável… precisa de sorte. Há coisas que podem ajudar, mas, no fundo, é tudo uma questão de sorte.


ALIMENTAÇÃO

As crianças sabem o que têm de comer?

Todas as crianças sabem, todos os animais sabem. Um leão quando tem de comer come.  Um mosquito quando tem fome pica. Até um mexilhão, que não tem cérebro, sabe quando tem de comer. É automático.


Mas as crianças, muitas vezes, preferem comer bolachas e iogurtes em vez de carne e peixe.

As crianças gostam mais de uns alimentos do que de outros. É normal. Nós adultos também. Mas os pais perguntam: «se as deixarmos comer o que querem não comerão só doces?» Uma criança de dois anos só comerá doces se em casa houver doces. Se os pais não querem que os filhos comam doces, não devem ter doces em casa. Devem ter em casa apenas a comida que achem que seja saudável. E assim, a criança poderá comer o que quiser, pois tudo será saudável.


E os legumes e as verduras? Porque é que as crianças os odeiam tanto?

A maioria das crianças não gosta de verduras, não gosta de fruta, não gosta de sopa porque são alimentos baixos em calorias. As verduras são muito saudáveis, mas são mais saudáveis para os adultos e com o tempo o nosso gosto muda. De certeza que agora comes mais verduras do que há 20 anos. As crianças têm o estômago muito pequeno e se o enchem de coisas com poucas calorias não conseguem comer o suficiente. Em África, por exemplo, há crianças desnutridas, mas os pais estão bem. Porquê? Porque só comem mandioca e outras coisas que têm poucas calorias. Um adulto pode comer dois quilos de mandioca, mas às crianças essa quantidade não lhe cabe na barriga. E é por isso que quase todas as crianças preferem alimentos com muitas calorias, como massa, batatas fritas, pizza, bolos e a fruta que preferem é a banana, porque tem mais calorias. Há purés de verduras com menos de 15 calorias, não é comida!

Fonte: http://www.paisefilhos.pt/index.php/destaque/5427 

9 dicas para lidar com as ‘birras’ infantis sem violência

Eu não gosto da palavra ‘birra’. Confesso. Tenho uma certa ‘birra’ com ela (rá!). Porque acho que ela já carrega consigo uma imensa carga de preconceito, como se a criança fosse culpada por comportar-se de uma maneira que a sociedade desaprova, envergonhando seus pais e cuidadores. Como se crianças que fazem ‘birra’ merecessem o rótulo imediato de monstrinhos mimados, mal educados, desobedientes, reinadores e todos os outros nomes que as pessoas acham de inventar para nomear a criança que faz uma, digamos, ‘birra’.
Mas para além das implicâncias semânticas, vamos aos fatos: podemos chamar como quisermos – birra, manha, chilique, ataque, crise, descontrole, mas arrisco dizer sem medo de estar equivocada que toda criança protagoniza uma cena dessas de vez em quando. Ao menos uma vez na vida? Se disser que não, que nunca, que de jeito algum, das duas uma: ou a lógica que impera na família é a da disciplina militar, ou esse serzinho deve ter vindo mesmo de outro planeta.
Os choros, os gritos e tudo mais que faz parte do pacote costuma colocar pais e cuidadores em maus lençóis. Como lidar com a criança que, totalmente descontrolada, se desfaz em lágrimas e escândalos aos seus pés? É nessa hora que o registro cultural da violência, passado de geração em geração, aparece com força total: o impulso é o de reprimir com agressividade (física ou verbal), e num piscar de olhos esse impulso pode ganhar força e ficar bem difícil de controlar.
Para nós, como família, agredir nossas filhas, seja verbal ou fisicamente, é algo que está totalmente fora de cogitação. Simplesmente não é uma opção, não é aceitável e não pode fazer parte do nosso repertório de soluções para as situações difíceis. Uma educação não violenta, aqui, não é optativa – faz parte do mínimo que acreditamos que devemos proporcionar a elas, como pai e mãe. Por isso, fomos forçosamente aprendendo ao longo do tempo a lidar com essas situações delicadas lançando mão de artifícios que tivessem como base o acolhimento, a amorosidade e o respeito pelos sentimentos da criança.
Não, nem sempre é fácil. Eu desafiaria um monge budista a manter a calma e a serenidade absolutas durante todo o tempo, diante de uma criança em um ataque de ‘birra’. É exaustivo, muitas vezes. Exige uma grande dose de auto observação, um outro tanto de autocontrole e ainda um bocado de autocrítica. É um processo, um aprendizado. Mas é possível.
Como mãe de três, fui aprendendo algumas estratégias que dão certo, e costumam ajudar nestes momentos. E como a gente abre picada pra quem vir atrás passar mais fácil pela trilha, seguem aí algumas regrinhas bacanas para essas horas de conflito, que costumam funcionar por aqui:
1. Ter em mente quem é a criança, e quem é o adulto
Muitas vezes, diante de uma ‘birra’ de nossos filhos, agimos com tanta ou mais infantilidade do que eles. Nessas horas, é importante lembrar que nós somos os adultos da situação, e por isso podemos olhá-la com mais discernimento, e conseguimos controlar nossas atitudes com mais maturidade (ou pelo menos deveríamos). Na hora da birra, não entre em disputa com seu filho para descobrir quem consegue irritar quem com mais eficiência. As crianças ainda estão aprendendo a lidar com as situações difíceis da vida, e para isso precisam da ajuda de alguém com a cabeça no lugar.
2. Ajudar a criança a nomear seus sentimentos
A imaturidade emocional da criança, para quem lidar com o outro, com o mundo e com os próprios sentimentos, é um aprendizado diário (e para nós, adultos, tantas vezes ainda não é?), às vezes impede que ela compreenda com clareza as sensações que lhe bagunçam por dentro e lhe fazem reagir desta ou daquela maneira. Ajude seu filho a olhar para si e entender o que se passa. Dar nome aos sentimentos, fazendo perguntas e questionamentos sensíveis e delicados, e estimular a criança a nomear o que sente pode ajudá-la a organizar-se internamente, e tranquilizar-se como consequência.
3. Demonstrar empatia
Não desvalorize os sentimentos do seu filho, nem diminua a importância que o motivo da crise tem para ele. Você pode não compreender seus porquês, mas deve respeitá-los, porque ele é uma pessoa diferente de você. Nunca tente tirar uma criança da crise dizendo que “não é nada” – se não fosse nada, a ‘birra’ não estaria acontecendo. O ‘chilique’, por si só, já é prova da importância que a situação tem para o seu filho, portanto demonstre que você respeita seus sentimentos e quer ajudá-lo a lidar com eles da melhor maneira possível.
4. Dê carinho
Quando passamos por uma situação desagradável, qualquer que seja ela, poucas coisas nos confortam tanto quanto o acolhimento das pessoas que nos querem bem. Um abraço apertado, um aperto de mão ou um cafuné fará a criança perceber que não está sozinha e, principalmente, que não deixou de ser amada por ter agido assim ou assado. Quando você acolhe seu filho nas horas mais delicadas, está ensinando a ele que o amor não é mercadoria que se dá e tira quando bem se entende, e que o amor não julga e não impõe condições. Algumas crianças recusam o acolhimento físico em um primeiro momento – e só a sua experiência pessoal dirá se é a hora de insistir ou não -, mas faça-a sentir que o amor está presente, como sempre esteve.
5. Deixe que a criança se expresse e extravase o que sente
Guardar as coisas só para si, sem manifestar o que nos dói, entristece ou desagrada, acaba em somatizações e consequências negativas, tanto emocionais quanto físicas. Na hora da ‘birra’, permita que a criança coloque a raiva, a frustração, a tristeza, a indignação ou qualquer outro sentimento que tenha levado ao descontrole, para fora, onde ela pode ser trabalhada para se transformar em algo produtivo. Para algumas crianças, a expressão física do sentimento negativo ajuda bastante: socar travesseiros pode ser uma ótima forma de extravasar e descarregar a energia negativa que se acumulava do lado de dentro.
6. Peça ajuda
Se você notar que está a ponto de perder o controle e agir de um jeito que não gostaria diante da crise, não se acanhe em pedir ajuda. Quem está do lado de fora às vezes vê a situação com mais tranquilidade e clareza, e pode perceber detalhes e possibilidades que, no calor do momento, tenham passado despercebidas para você. Colocar outra pessoa no diálogo pode dispersar a energia acumulada e colaborar para que todos recuperem a calma e a capacidade de resolver o conflito.
7. Afaste-se
Às vezes, quando estamos perigosamente perto de uma explosão, a melhor pedida é uma saída estratégica. Com crianças de uma certa idade, já é possível avisar que você precisa de um tempo para se acalmar, porque a situação do jeito que está não vai caminhar para lugar nenhum. Vá para um banheiro ou um canto mais tranquilo, jogue uma água no rosto, respire fundo, conte até cem. Olhe para dentro de você para relembrar em que você acredita, e de que maneira gostaria de resolver aquele impasse. Parece incrível, mas muitas vezes alguns poucos minutos de afastamento podem ajudar você a recobrar as forças e retornar ao seu centro, e então voltar para lidar com a situação com as energias renovadas.
8. Dê o exemplo
Seja o espelho de que a criança precisa. Se você não quer que ela grite, não faz sentido gritar com ela. Se você quer que ela mantenha a calma, de nada adiante arrancar os cabelos e chorar em desespero (se for preciso, lance mão da dica 7, e faça isso em um canto tranquilo, para voltar depois). Mantenha a calma, fale baixo, use palavras carinhosas e aja com respeito, para que a criança possa compreender que com serenidade a situação se resolverá mais facilmente. Lembre-se: “children see, children do”.
9. Repita o velho mantra da maternidade: “isso passa”
Acredite: seu filho não estará tendo chiliques e ataques incontroláveis de ‘birra’ às vésperas do vestibular. A vida dos pequenos é feita de fases, esta é uma delas. E é muito importante para que ele aprenda a se conhecer, a lidar com seus sentimentos e a interagir com o mundo. Essa é uma caminhada para a vida toda, e seu filho não precisa de você como um inimigo nessa jornada, mas como seu melhor aliado.

Fonte: http://vilamamifera.com/mamiferas/9-dicas-para-lidar-com-as-birras-infantis-sem-violencia/


Como agir na hora da birra (textos copiados da comunidade Pediatra Radical no orkut)

2 de abril de 2012 às 10:20
Segundo a psicopedagoga Cybele Russi:A crise de birra é uma manifestação típica da criança que não aceita a realidade, que não aceita o não, que não sabe lidar com a frustração. Primeiro ela testa a possibilidade, dizendo eu quero.Ao ouvir o não, ela não suporta realidade e entra em crise.


- Mantenha a calma. Mas mantenha a firmeza. Se perceber que a crise incomodou, a criança tende a repeti-la mais vezes.


- Não grite.Gritar só vai piorar a situação (ela consegue gritar mais alto com sua voz mais aguda).


- Nunca bata na criança-violência não educa.


-Não ceda aos seus caprichos. Se os pais disseram "não" para a criança não devem se sentir culpados, desde que tenham clareza do porquê deste "não".Por isso, os pais devem evitar dizer não para qualquer coisa, pois nesta idade, a criança não tolera muito a frustração.Devem ser coerentes e claros ao estabelecer regras para os filhos e firmes na hora de fazê-las serem cumpridas.


-Não entre no foco do problema:1)não discuta e nem fique tentando convencê-la ela por meio de argumentação.2)tente achar algo que distraia a atenção da criança.Segundo a psicóloga Rosely Sayão,não há como evitar a birra,mas:Você pode ajudá-la a fazer a birra passar mais rapidamente. Quando a gente tem alguma coisa na cabeça, que fica martelando, é igual àquilo que a criança vê e quer, quer, quer... A gente se distrai, liga a televisão, telefona pra alguém, dirige a atenção para outro lugar. É isso que se deve fazer com o filho. Assim que surge a birra, distraia a atenção dele rapidamente.


Há de se entender que crianças cansadas tendem a ser mais sucetíveis a birras, pois sua tolerância à frustração diminui consideravelmente.


Além disso, algumas crianças, nesta fase, que querem atenção, também costumam fazer birras. Neste caso, é comum vermos crianças gritando e gemendo porque:1)não querem que a mãe/pai vá trabalhar/estudar/sair;2)querem que a mãe/pai desenhe/brinque/dance consigo;3)querem colo e por aí vai.


Nestes casos, é importante estar sensível para perceber que é um direito e uma necessidade da criança receber afeto, atenção e amor. Evidentemente, nem sempre poderemos atendê-la como deseja, mas nossa atitude deve ser a de contornar a situação da melhor maneira e se possível for, dar um colinho, brincar,etc.


Em casos de crises de birras graves (reações agressivas, gritos e esperneios em locais públicos):


-Retirar a criança da cena da crise.



-Conter a criança fisicamente- não dá para deixar que bata em outra pessoa ou se auto-agrida. Ela sente a intensidade do sentimento de raiva e frustração e não consegue controlar. Os pais devem preservá-la e preservar aos outros.Pegue-a no colo (firmemente) e diga que vc sabe que ela está brava demais, mas que precisa se controlar. Quando sentir que ela começa a relaxar, solte-a.


-Jamais ofereça recompensa para a criança durante ou após a crise..Se ela consegue o que quer com birra, vai usar a "arma" da próxima vez.


Há muitos entendimentos a respeito das birras, mas acredito que o fundamental é reconhecer que é uma fase que as crianças passam e que cada uma passará por esta fase de maneira singular. Cada uma vivenciará esta fase da maneira diferente da outra, umas manifestarão poucas vezes estas crises e outras muitas vezes. Cada uma por seus motivos.


Não há uma fórmula mágica, mas conforme a criança for crescendo e os pais vão auxiliando-a, seu repertório de reações pode ir melhorando, frente a frustrações. Os pais devem fornecer o suporte para a criança lidar com a vida e seus entraves. Conforme a criança cresce, os pais podem ajudá-la a colocar em palavras aquilo que a incomoda.



TERRIBLE TWOS! Saiba mais!Era Uma Vez... Birras e Lágrimas aos 2 e 3 anos de idade


Um longo caminho foi percorrido desde o bebé indefeso se tornar numa criança de 3 ou 4 anos, relativamente independente e pronta para ir para o jardim-de-infância. É uma viagem fantástica de descoberta – mas também pode ser um percurso por vezes difícil para si e para o seu filho.


À medida que as crianças se aproximam do seu segundo aniversário, começam a querer fazer parte de tudo o que se passa à sua volta – explorando e brincando, observando e imitando os outros, usando as suas primeiras palavras. Começam também a sentir pela primeira vez que são uma pessoa, dentro de um mundo fascinante cheio de outras pessoas, e querem fazer parte desse mundo.


Como é ter-se 2 ou 3 anos?


O seu filho de 2 anos está a descobrir todas as coisas que não pode ou não deve fazer, vivendo numa constante batalha entre os seus intensos desejos, vontades e medos. E vai sentindo certas coisas que não consegue ainda manejar sem ser através de birras ou choros. A criança de 2 anos está ainda a descobrir quem é, e aquilo que sente acerca das pessoas que o rodeiam e que cuidam dele – porque é que, afinal, as adora num momento, para os odiar logo a seguir. E as crianças de 2 anos ainda não sabem simplesmente pedir ajuda… em vez disso, bombardeiam os adultos com pedidos contraditórios, que apenas reflectem o quão confusos e indefesos se estão a sentir.


A criança “mandona”


Algumas crianças têm dificuldade em sentir-se pequeninas e indefesas. Recusam-se a aceitar que existem certas coisas com as quais ainda não conseguem lidar – e tornarem-se “mandonas” pode funcionar como um truque para encobrir esta dificuldade e fazer os outros sentirem-se pequenos.


Por vezes conseguem ser tão convincentes que, como pais, parece que às vezes nos convencem que não precisam de nós. Mas a criança de 2 anos, “mandona” e autoritária, precisa mesmo muito de quem lhe dê amor e cuidado, mesmo quando parece não precisar dele.


A criança “embirrenta”


Muitas crianças de 2 e 3 anos desenvolvem todo o tipo de manias e rituais, nas quais insistem absolutamente. Do ponto de vista de um pai, estas manias podem parecer disparatadas e quase tirânicas! Mas para a criança pequena, o que significam?


Toda as pessoas que a rodeiam esperam que a criança pequena deixe de ser um bebé e que se torne mais independente. Mas a criança pode sentir que os crescidos estão sempre a interferir e a mandar nela. Quando insiste em vestir alguma coisa estranha, ou em fazer as coisas numa determinada ordem, pode estar simplesmente a tentar fazer os pais reconhecer que ela também tem as suas escolhas e as suas preferências.


Por vezes, pode ser útil ceder naquelas coisas pequenas que realmente não têm importância. É também uma forma de ensinar às crianças como às vezes se pode ser flexível. E não vão faltar ocasiões em que a criança queira fazer alguma coisa impossível ou realmente perigosa – aí terá oportunidade para lhe ensinar acerca do “não”, para além de poder “praticar” o lidar com as suas lágrimas…


As birras por vezes estão ligadas a preocupações ou anseios para os quais a criança não consegue simplesmente arranjar palavras, e por isso não pode falar sobre isso com os pais. E quando quer a todo custo evitar certos objectos ou situações, talvez seja apenas uma forma de procurar controlar os seus medos.


De facto, aquilo que realmente preocupa a criança pode não ter nenhuma ligação óbvia com as coisas sobre as quais está a fazer uma birra – mas é mais fácil procurar controlar aquilo que a mãe lhes põe no prato, do que certas ansiedades que não compreende...


Este tipo de “birras” tem tendência a desaparecer, mas se o comportamento do seu filho se tornar particularmente difícil, pode ser importante procurar perceber se se encontram sobre algum tipo de stress particular, e eventualmente procurar ajuda.


A criança “bebé”


Algumas crianças parecem dizer “prefiro ser pequenino”. Um filho que seja muito agarrado aos pais e cheio de receios de partir à descoberta do mundo pode tornar-se muito exigente, de uma forma diferente daquelas crianças que são “mandonas”.


Como pais e educadores, precisamos de saber que, de uma forma geral, o desenvolvimento dos nossos filhos está a decorrer segundo a ordem natural das coisas. Por isso, quando os nossos filhos têm comportamentos “abebézados” isso preocupa-nos pois faz-nos pensar que as coisas estão a andar para trás. É também muito extenuante para os pais por vezes não saberem se afinal têm um bebé ou um menino ou menina já crescidos em casa.


Quando sente que, de alguma forma, não está a acertar com as suas escolhas em relação ao seu filho, o mais provável é que o seu filho, também, se esteja a sentir muito confuso.


A criança “amedrontada”


As situações novas podem ser assustadoras. As crianças de dois ou três anos por vezes sentem-se bastantes aflitas com novas situações, especialmente se pensam que isso implica serem deixadas ao cuidado de outras pessoas. Vale a pena ser sincero com o seu filho acerca de situações novas – tal como o nascimento de um irmão ou uma mudança nas suas rotinas habituais – para que não se sinta “enganado” ou demasiado desprevenido. Face a uma mudança importante, dê bastante espaço ao seu filho pequeno para uma dose considerável de birras e fitas, que concerteza passarão com o tempo, especialmente se levar o seu filho a sério nos seus receios e o ajudar a transformá-los, conversando e brincando.


Por vezes, aquilo que assusta as crianças pequenas está dentro delas, e não em qualquer mudança importante na realidade que o rodeia. É nesta idade dos dois a três anos que as crianças começam a relatar sonhos maus e por vezes, terrores nocturnos. É importante que saiba que estes sonhos maus fazem parte do desenvolvimento normal de todas as crianças nesta idade. Por vezes, os sonhos estão relacionados com algum evento vivido que os tenha assustado ou preocupado, mas muitas vezes não estão associados a nenhum acontecimento específico, mas sim a “sensações”, de medo ou terror, vividos pela criança.


Pode dar-se o caso de não conseguir chegar a perceber o que realmente os preocupa. Mas é muito tranquilizador para a criança pequena, que está a lidar com emoções que muitas vezes não conhece, sentir que um crescido está a tentar compreender o que se passa com elas.


As birras de temperamento


A criança pequena lida com sentimentos muito intensos ao longo de todo o dia. Se está a ser capaz de se manter mais ou menos estável ao longo do dia já está a fazer um óptimo “trabalho”! Mas só é natural que haja alturas em que não consegue sustentar um bom comportamento… por vezes as crianças pequenas parecem “explodir”, gritando e atirando-se ao chão a pontapear. Quando o seu filho se lança numa birra aparentemente caprichosa, está a mostrar-lhe como se sente dentro dele, sentimentos tão intensos que não consegue encontrar uma saída mais pacífica. Provavelmente estão assustados, e zangados, porque a sua raiva parece ser tão avassaladora e poderosa que quase perdem a imagem boa da Mãe e do Pai. Por vezes, significa apenas que atingiram um estado de exaustão ou excitação tal que não conseguem lidar com ele de outra forma.


Ao contrário do que se pensa, as birras não são feitas apenas para chamar a atenção. As birras acontecem porque a criança não consegue comunicar de outra forma, muito menos por palavras. Por isso as birras têm tendência para desaparecer com o crescimento, pois as ansiedades do crescimento deixam normalmente de ser tão avassaladoras, mas também porque a criança vai aprendendo a usar palavras para exprimir o que sente.


A criança não precisa que encontre uma solução milagrosa nem que o “compre” com guloseimas (embora toda a gente o faça de vez em quando!). Precisam de saber que, mesmo quando se sentem indefesos e desnorteados, alguém os protege de se magoarem, alguém continua a cuidar deles e a amá-los.


Quando devem os pais estar preocupados?


Por vezes os pais sentem que as birras dos seus filhos não são daquele tipo habitual que têm tendência a desaparecer, e que rapidamente se transformam em ataques de raiva muito difíceis de controlar. Por vezes constatam que a criança demora muito em começar a falar, ou que tem dificuldade em brincar e em estar com outras crianças, ou ainda que parece estar sempre agitada, sem conseguir retirar prazer de nenhuma das múltiplas actividades em que se vai envolvendo. Por fim – e isto pode ser o mais doloroso – por vezes os pais podem sentir que se instalou uma espécie de barreira entre si e o seu filho.


Se as suas preocupações são desta natureza, é realmente importante procurar ajuda de um especialista. Não é boa ideia ignorar estas situações na secreta esperança que se resolvam sozinhas.




A Regra do Drive-thruMuitos pais ficam surpresos ao saber que a coisa MENOS importante a respeito do que eles dizem para uma criança irritada é... O QUE eles dizem ! Nossas palavras são praticamente sem sentido sem o correto tom e expressão de voz.


Com crianças pequenas, repetição e brevidade são importantes.


Converse com seu filho pequeno na hora do choro como se fosse uma atendente de "drive-thru". Quando você pede um hamburger e uma coca no microfone do "drive-thru", o que o funcionário responde do outro lado ? "Está com preguiça de cozinhar ? Não sabe que isso engorda ? Custa 5 dólares." Não, ele REPETE o que você disse.


Repita o que seu filho está sentindo, usando expressões faciais, gestos, tom de voz e o seu coração. Não diga "fique quieto", "pare com isso agora", interrompendo o que a criança tem a dizer.


Na maioria das vezes, uma criança pequena chorosa está tão chateada que precisa que os pais mostrem que compreendem o que eles sentem ANTES de dizerem qualquer coisa. Se seu filho estiver sendo agressivo ou encontra-se em perigo, pule esta regra e vá para a ação. Neste caso, a SUA mensagem é prioridade." Legitimando o sentimento da criança pequenaÉ importante legitimar o que a criança está sentindo ANTES de dizer a sua opinião a respeito. Muitas vezes os pais cometem os seguintes erros, interrompendo a criança que chora:


- Racionalizar: "Viu ? Não tem monstro nenhum debaixo da cama".- Minimizar o sentimento: "Ah, que nada, nem foi tão forte assim. Nem doeu !"- Distrair: " Vamos lá ver aquele livro !"- Ignorar: Simplesmente virar as costas e deixar a criança chorando.- Perguntar: "Mas ele bateu em você ? Quem começou ?"- Ameaçar: "Se não se comportar, vai ficar de castigo"- Reafirmar: "Não chore, tudo bem. Mamãe está aqui".


Tais respostas têm a sua hora e lugar, mas só quando for a SUA vez de falar ! É preciso PRIMEIRO legitimar o sentimento da criança angustiada."


Por que minhas táticas falham?"Porque você tem uma falha na comunicação com o seu filho. Mesmo lógica, distração e carinhos freqüentemente são ineficazes para acalmar um pequeno primitivo IRADO, na hora da birra. Por quê ?


- Seu filho não consegue realmente "escutar" você: todos nós temos dificuldade em enxergar (e ouvir) as coisas como elas são quando estamos nervosos. Isso é especialmente válido para crianças pequenas, com seus cérebros pré-históricos que não aprimoraram a linguagem ainda.


- Seu filho não sabe usar a lógica: Racionalizar requer uso do lado esquerdo do cérebro, ainda muito desorganizado em crianças menores de 4 anos.


- Seu filho está focado no que ELE quer, não no que você quer: Você consegue imaginar uma criança pequena dizendo "você está tão certa, Mamãe. Como eu nunca tinha pensado nisso antes ?" Não espere que seu amiguinho pré-histórico raciocine e ceda quando está atacado (já é difícil quando ele está calmo e feliz !).


- Seu filho pensa que você não o entendeu: Como pode seu filho gritar com você 25 vezes e ainda assim achar que você não o enteneu ? Porque você não o respondeu na língua dele !"


"Quatro regras para falar a língua do seu filho pequeno:


1. Frases curtas2. Repetição3. Tom de voz correto4. Expressão facial e gestos


Repita as palavras dele (o que você acha que ele diria se pudesse se expressar), mas use seu tom de voz e gestos para reproduzir os sentimentos dele. Se seu filho está berrando porque você tomou seu batom que ele estava usando para riscar a parede da sala, apaixonadamente represente o sentimento dele "Fulano QUER, quer, quer. AGORA ! Fulano quer AGORA ! Quer. AGOOOOOOOORA." Note a repetição, a elevação do tom de voz até o final da frase. Seja entusiástica, mas não a ponto de berrar. Não se surpreenda se forem necessárias 4-5 repetições até você atrair a atenção do filhote que grita. Você sabe que está no caminho certo quando ele pára e olha para você, como que dizendo "o quê ?". Não pare aí. Quando ele estiver muito irritado, você precisa repetir até que ele veja que você o entendeu e que está do lado dele.


Quando ele começa a se acalmar, use um tom de voz alegre."


"Uma criança de 3 anos que está calma entende frases mais longas e precisa de menos repetições que alguém de 1 ano e meio. Contudo, quanto mais nervosa estiver a criança, mais primitiva ela fica. Na hora da birra, use a linguagem mais primitiva, qualquer que seja a idade da criança. Quando ela se acalmar, retorne para a linguagem usual que ela entende.


Para uma criança na hora da raiva, um gesto literalmente vale mil palavras. Não sorria se você está falando algo sério. Mostre interesse e respeito. Balance a cabeça, abaixe seu rosto com humildade e sente-se ou ajoelhe-se, para ficar no mesmo nível que a criança. Toque levemente o braço dela, mostre empatia com o seu rosto. Assim você diz, sem palavras "eu sei como você se sente".


Você não está tirando onda com a cara da criança nem reforçando o comportamento negativo, quando "fala" a linguagem dela. O fato de você discordar do ponto de vista dela não significa que você não deve demonstrar que entende o que ela quer. Ninguém recomenda que você aja assim o dia inteiro, mas quando a criança está dando aquele ataque, ajuda bastante usar a linguagem dela." Depois da birraQuando a criança começa a se acalmar, você pode ajudá-la:


- Fisicamente: se ele não quiser um abraço, sente-se do lado dele;- Oferecendo escolhas: "quer um suco ou um carinho mágico da Mamãe ?";- Ensinando outras formas de demonstrar emoção: "diga 'mostre uma cara de bravo para a Mamãe ver como você estava bravo' ou 'vamos desenhar como você estava bravo' ou 'vamos dar uns murros neste travesseiro ?';- Ensinando palavras para expressar emoções: "diga 'nossa, como você estava bravo !' ou 'você parecia estar com medo'.- Dando a ele o que ele quer no mundo de fantasia: "diga que você desejaria dar a ele tudo o que ele quisesse e mais";- Usando o poder do cochicho: cochichar é um jeito legal de mudar de assunto e ficar de bem novamente;- Elogiando quando ele fizer algo positivo: comente qualquer pequeno sinal de cooperação.;- Compartilhe seus sentimentos usando frases com VOCÊ-EU : "Mamãe diz 'não, não !' Quando VOCÊ bate, EU fico brava, brava, BRAVA". Isso o ajuda ver as coisas sob o seu ponto de vista" O Dr. Karp é um pediatra que escreveu também O Bebê Mais Feliz do Pedaço. Tem outros trechos do livro que eu traduzi no tópico chamado Sem Palmadas:


Eu concordo com o Dr. Karp: a casa PRECISA ser um ambiente amigo da criança. Medicamentos, produtos de limpeza, ferro, objetos que passam pelo buraco do rolo do papel higiênico (tudo o que pode ser engolido) tem que estar fora do alcance da criança.


Não concordo com a teoria de deixar os enfeites onde estão e a criança aprende a não tocar neles. Criança pequena não tem a menor noção de valor. O que é precioso para a gente não significa nada para eles e vice-versa (tanto que meu filho de 1 ano e 9 meses ADORA brincar com o lixo da cozinha  ). A Criança Pequena Negativa e ObstinadaDefinição


O negativismo é uma fase normal pela qual passam a maioria das crianças entre os 18 meses e 3 anos de idade. Começa quando as crianças descobrem que têm o poder de se negar a responder às solicitações de outras pessoas. Durante este tempo, as crianças respondem negativamente a muitos pedidos, mesmo que sejam agradáveis. Em geral, são mais obstinadas do que cooperativas. Elas se comprazem em recusar uma sugestão, não importa se para vestir-se ou despir-se, tomar um banho ou sair da banheira, deitar-se ou levantar-se da cama.


Como tratar uma criança pequena negativa e obstinada


Considere as seguintes recomendações que podem proporcionar ajuda a você e seu filho durante esta fase.


1. Não se ofenda por esta fase normal.Quando seu filho diz "não" ele quer dizer "Tenho que fazer isto?" ou "Você está falando sério"? Esta resposta não deve ser confundida com falta de respeito. Esta fase é importante para a autodeterminação e identidade da criança. Veja-a com senso de humor .


2. Não castigue seu filho por ele dizer "não".Castigue seu filho pelo que ele faz e não pelo que ele fala. Como você não pode eliminar o "Não", ignore-o. Se você discutir com seu filho por ele dizer "não", prolongará este comportamento.


3. Dê a seu filho outras opções.Esta é a melhor maneira de fazer com que seu filho sinta que tem mais liberdade e controle, e isto por sua vez fará com que ele esteja mais disposto a cooperar. Alguns exemplos de opções são deixar que seu filho escolha entre um banho de chuveiro ou de banheira; qual livro ele quer ler; quais brinquedos levará para a banheira; que fruta comerá no lanche; que roupa ou sapatos vai colocar; que cereal comerá no desjejum; de que brincará, dentro ou fora de casa, no parque ou no quintal; e assim sucessivamente. Para as tarefas que não agradem a seu filho, deixe que ele tenha opinião a respeito, perguntando a ele "Quer fazer isso depressa ou devagar?" ou "Quer fazer isto, ou quer que eu faça?"



 Procure médico para uma consulta de rotina se:


Você ou o seu cônjuge não puderem aceitar a necessidade que seu filho tem de dizer "não".


- Você ou seu cônjuge tiverem dificuldade para controlar suas irritações.- Seu filho tiver vários outros problemas de disciplina.- Estas orientações não produzirem uma melhora durante o primeiro mês.- Tiver outras perguntas ou preocupações.


Escrito por B.D. Schmitt, M.D., autor de "Your Child's Health", Bantam Books.Copyright 1999 Clinical Reference Systems


Quanto mais rápido seu filho tiver a impressão de que é ele quem toma as decisões, mais rápido ele passará por esta fase.


4. Não dê a seu filho uma opção quando não houver nenhuma opçãoAs regras de segurança, tais como sentar no assento de segurança do automóvel, não estão sujeitas a discussão, ainda que você possa explicar o motivo pelo qual se deve obedecer a esta regra. Deitar-se à noite ou ir à escola também não são negociáveis. Não faça uma pergunta quando só existe uma resposta aceitável, mas guie seu filho de forma tão amável quanto possível (por exemplo, "Sinto muito, mas agora é hora de dormir") As ordens como "Faça isto ou você vai ver" devem ser evitadas.


5.Proporcione tempo de transição para a mudança de atividades.Se seu filho estiver se divertindo e deve mudar para outra atividade, provavelmente será necessário tempo de transição. Por exemplo, se seu filho está brincando com os carrinhos quando está quase na hora do jantar, avise-o 5 minutos antes. Algumas vezes, um relógio de cozinha é útil para que uma criança aceite a alteração.


6.Elimine as regras excessivas.Quanto mais regras houverem, menos provável é que seu filho se conforme em obedecê-las. Elimine as expectativas desnecessárias e as discussões a respeito se ele colocará meias ou se comerá tudo o que tem em seu prato. Ajude seu filho a se sentir menos controlado tendo diariamente mais interações positivas do que contatos negativos.


7.Evite responder aos pedidos de seu filho com um número excessivo de negativas.Seja um modelo de afabilidade para seu filho. Quando seu filho lhe pede algo e você não está segura quanto ao pedido, diga "Sim" ou adie a decisão dizendo "Vou pensar". Se vai conceder o pedido, faça-o imediatamente, antes que seu filho começe a resmungar ou suplicar. Quando for necessário dizer "não" diga a ele que lamenta e dê um motivo . Do livro The Science of ParentingBirras


"Há seis desencadeadores de mau comportamento em crianças: cansaço e fome; um cérebro imaturo; necessidades psicológicas não atendidas; estresse dos pais; emoções intensas e um estilo de educar dos pais que ativa os sistemas de alarme na parte inferior do cérebro da criança.


Uma criança que está tendo uma birra por angústia está vivenciando dor genuína e precisa de muita calma e compaixão da sua parte. Ignorar ou punir a angústia pode ser prejudicial.


Embora as birras por angústia possam ser desafiadoras, elas apresentam uma grande oportunidade para ajudar seu filho a desenvolver conexões essenciais no cérebro que o ajudarão a lidar com o estresse no futuro.


Birras no estilo “Pequeno Ditador” devem ser ignoradas. Sem conversa, sem negociação, sem ceder, sem propiciar uma platéia para assistir, usando o cantinho da disciplina como último recurso e somente se a criança tiver agredido alguém (principalmente se for maior que 5 anos e tiver mordido, chutado ou socado outra pessoa). Use o humor se for apropriado. Espelhe o comportamento dele. Tente algo como “você gosta de dar ordens em mim, né? Então vamos fazer juntos com esta lata de ervilhas”. “Lata de ervilhas, pegue este biscoito para mim AGORA, senão... Agora vamos dar ordens na escova de dentes...” Agora, seu filho está olhando para você achando que a mãe é completamente louca. Mas o enredo serviu para colocá-lo em segundo plano, desacelerá-lo e colocar ambos num clima de humor e brincadeira (ele querendo ou não). Vai mostrar a ele que você não leva “bullying” a sério."   Estados Emocionais Ligados às Birras


Tédio Se a criança está sofrendo de fome de estímulo, gritar e jogar-se no chão podem parecer opções bem atraentes. Pergunte a si mesmo se há tempo suficiente de brincadeira mãe-filho/ pai-filho na sua casa. Gritaria é comum em famílias que não brincam juntas. Um exemplo clássico é o da birra no supermercado. Se você dá a seu filho atividades interessantes (pede para ele ajudar a encontrar determinados itens, as birras geralmente cessam).


Frustração Crianças não são boas em encontrar palavras para explicarem que estão frustradas. Você precisa ajudá-las a expressar os sentimentos: “Às vezes é difícil, né? Você acabou de pegar o brinquedo e seu irmãozinho tomou-o de você”.


Desapontamento Perda e decepção ativam os centros da dor no cérebro. Como adultos, nós podemos dizer “nem ligo” e distrairmo-nos com outras coisas, mas quando crianças são desapontadas, elas geralmente choram. Elas precisam de ajuda para manejar seus sentimentos de dor e de que você reconheça que a decepção delas pode ser muito dolorida. Ignorar ou ficar nervoso com uma criança desapontada irá simplesmente aumentar a dor dela."


The Science of Parenting, Margot Sunderland. Capítulo The Trying TimesTradução de Flávia Mandic


Quando a criança não escuta


"Haverá ocasiões em que seu filho não virá quando chamado ou quando você pede para que ele faça alguma coisa. Isso se deve ao fato de alguns sistemas químicos cerebrais não estão desenvolvidos, então ele é incapaz de mudar o foco de atenção de uma coisa para outra, como faz um adulto.


Então dê a ele um prazo. Avise antes "em 5 minutos vamos guardar os brinquedos e escovar os dentes". Quando os 5 minutos passarem, conte de 1 a 5 em voz alta. Se a criança obedece, elogie o comportamento. Se ela não obedece, simplesmente a pegue no colo e leve-a para escovar os dentes. Seja consistente. Não peça várias vezes que ela escove os dentes; ela passará a ignorar seus pedidos".


Do livro The Science of ParentingTradução de Flávia Mandic


"Por que crianças pequenas mordem ?


Elas usam tanto seus dentes que os têm na frente da boca somente ! Não é de se surpreender que crianças entre 1-2 anos mordam mais que as mais velhas. Para crianças que ainda não falam bem, morder é uma forma de expressar frustração ou raiva (mesmo as crianças calmas podem morder seus amiguinhos se sentirem-se encurraladas ou ameaçadas). Crianças pequenas também mordem como uma forma de dizer que estão com fome ou com dentes rasgando a gengiva.


Algumas crianças mordem uma vez e param. Com outras torna-se um mau hábito. Isso ocorre porque muitas vezes elas gostam da reação que a mordida provoca. Não importa se você é a mãe ou um amiguinho, é difícil não dar um grito quando leva uma mordida. A comoção que se segue à mordida também pode servir como diversão para a criança. Por exemplo, se o amiguinho larga o brinquedo que estava segurando assim que é mordido, o Mordedor é capaz de morder novamente quando quiser um brinquedo e a criança não quiser emprestar.


Tal comportamento costuma desaparecer assim que a criança cresce um pouco e aprende outras formas de expressar-se."


Dr. Karp - The Happiest Toddler on The Block


Prevenindo Mordidas"Os esforços corretos para prevenir mordidas podem ajudar você a lidar com isso uma única vez.


* Fome e dentes apontando: alimente a criança em horários pré-determinados ou assim que ela apresentar sinais de fome. Se ela está com dentes rasgando a gengiva, ofereça brinquedos de morder ou analgésicos.


* Lembre-se da necessidade de brincar ao ar livre: isso ajuda a aliviar muito da frustração que naturalmente aumenta ao longo do dia, por estar presa dentro de casa.


* Mensagens pela outra porta: se seu filho presenciou uma mordida, fofoque com um brinquedo dele que você não gosta de mordidas ou conte a estória do sapo que mordia todos os amigos ao invés de beijá-los e ficou sem amigo nenhum. Lembre-se do final feliz: ele aprendeu a morder a própria camisa ao invés dos amiguinhos e magicamente recuperou todos eles !


* Diminua oportunidades de conflito com outras crianças: se seu filho está em volta de outras crianças, garanta que haja brinquedos apropriados a idade deles, em quantidade suficiente."


Dr. Karp - The Happiest Toddler on The Block


Na hora da raiva"Quando seu filho estiver prestes a morder, lembre-o: Mordida não ! Mordida é para comida.


O tom de voz é tudo. Se você disser com uma voz doce "Mamãe não gosta de mordida", ele não vai entender. Use uma voz firme e séria, com uma expressão firme e séria. Muitas crianças vão entender a mensagem e parar de morder. Não encare a criança longamente depois de dar o aviso. Algumas crianças intencionalmente desobedecem quando são encaradas.


Depois da mordida, diga "NÃO !" e faça uma cara feia, dê um grunhido, bata palmas, bata os pés no chão e aí ignore a criança por um tempo, para que a sua mensagem tenha mais força. Isso tem 2 objetivos: ensina à criança que morder não é aceitável e dá a ela uma alternativa de como expressar sua raiva ao invés de morder (grunhindo, batendo palma, batendo os pés no chão).


Se seu filho morder outra criança, volte sua atenção para esta criança, enquanto ignora seu filho por 1 ou 2 minutos. Não reforce o mau comportamento do seu filho dando a ele mais atenção depois da mordida".


Dr. Karp - The Happiest Toddler on The Block


 Nunca morda ou bata numa crianca que mordeu alguem. Como lidar com as BIRRAS?Se puder ler The Happiest Toddler on The Block, recomendo. Como eu sou fã de carteirinha do Dr. Karp, vou tentar resumir aqui as idéias dele a respeito da fase que vai de 18 meses a 4 anos de idade (em inglês, a criança nesta idade é um "toddler").


"Seu 'toddler' não é uma versão em miniatura de uma criança mais velha. A forma como ele pensa é muito mais rígida e primitiva. O segredo é falar a língua dele. Nós ficamos tensos quando estamos chateados, mas crianças pequenas ficam pré-históricas.


Freqüentemente cometemos o erro de falar com "toddlers" como se eles fossem adultos pequenos. O que você precisa é usar estratégias especificamente desenvolvidas para lidar com criacinhas impulsivas, distraídas, egocêntricas, com pouca capacidade de se expressar verbalmente e primitivas.


As 5 principais capacidades que nos fazem humanos aparecem durante a idade de 18 meses a 4 anos:


- caminhar com firmeza e equilíbrio sobre duas pernas;- manipular delicadamente objetos com as mãos;- expressar palavras faladas;- combinar idéias na cabeça;- formar relações sociais complexas." Os 4 Estágios Evolucionários da Criança Pequena"Podemos traçar um paralelo entre a evolução de uma criança de 18 meses até 4 anos e os 5 milhões de anos de evolução dos humanos.


As 4 fases são distintas, mas se sobrepõem:


- "O Chimpanzé Charmoso"(12 a 18 meses) - consegue se mover só com os pés e usa as mãos livres para segurar tudo o que alcança. Chimpanzés selvagens conseguem comunicar 20-30 palavras usando sinais e gestos. Parece familiar ?


- "O Neanderthal" (18 a 24 meses) - Consegue usar uma colher, beber num copo sem espirrar e jogar uma bola. É ambidestro e bagunceiro, mas seu equilíbrio é bem melhor que o dos chimpanzés, assim como sua habilidade em torcer, futucar e separar objetos em pequenos pedaços. Mas o progresso tem preço. Com as novas habilidades, aparece também um problema de atitude. Os Neanderthais não viviam com medo dos animais ferozes, porque podiam se defender com pedras e paus (usados como armas). Isso os fez muito confiantes, egocêntricos e brigões. Não é à toa que o termo "terrible twos" aplica-se a esta idade. O período entre 18 meses e o segundo aniversário é provavelmente quando a criança é mais inflexível, cheia de razão e pouco disposta a ceder." A Criança das Cavernas (24-36 meses): Os homens das cavernas tentavam fazer amizades e criar alianças, entraram no mundo de linguagem um pouco mais complexa, com instrumentos mais evoluídos e aprenderam a arte de fazer trocas. Um sinal de que a criança já consegue planejar é quando ela é capaz de fazer desenhos circulares no papel. A capacidade de prestar mais atenção e o interesse em fazer amigos aumenta a habilidade do seu filho em esperar a vez dele e ser paciente. Mas, quando frustrado pelas novas experiências, sua criaturinha pouco civilizada ainda vai usar de respostas primitivas, como bater ou moder.


- O Morador de Cidades (36 a 48 meses) - Por volta do terceiro aniversário, seu filho chega perto do nível de evolução dos moradores das primeiras cidades (60 mil anos atrás). Eles inventaram regras de educação, aprenderam regras sociais e adquiriram uma linguagem sofisticada, que possibilitava formar comparações, cantar músicas longas, dançar e contar estórias. Nesta idade a criança já consegue fazer comparações como "o avestruz é como um pássaro-girafa" ou "eu não sou um bebê, sou grande". Como um morador de uma vila primitiva, a criança nesta idade abraça a magia livremente, como uma forma de explicar o inexplicável. E, como os antigos habitantes das primeiras vilas, ela também carece de habilidade neurológica para colocar suas palavras em forma escrita.


Com a excitante descoberta de que ela é maior que um bebê, chega a enervante realidade de que, comparada com todo o resto do mundo, ela é pequena e vulnerável. Não é surpresa que crianças de 3 anos sejam fascinadas por estórias e jogos onde ela é grande e forte, principalmente se ela for o grande monstro !" "Uma vez que você vê seu filho sob a luz da escala evolucionária, suas frustrações e combates diários passam a fazer mais sentido. As birras, os gritos, o visível desprezo por seus pedidos e o desejo de arremessar pedras nos seus gatos - a falta de civilidade do seu filho - fazem todo o sentido (talvez até explique o porquê de criancinhas adorarem Barney e dinossauros de brinquedo !).


Lembre-se de que você conhece o seu filho melhor do que qualquer autor de livro. Essas categorias de idade são apenas uma idéia. Cada criança tem seu tempo e atinge suas fases em épocas diferentes."


Pais Pré-Históricos: como ser um embaixador"Você Tarzan: Eu, Mamãe !


O primeiro passo é pensar em você como um embaixador do século 21 ajudando uma criatura Neanderthal. Seu convidado não entende seus costumes nem fala sua língua, mas veio para ficar até o ano que vem.


O objetivo de um embaixador é promover a harmonia e evitar conflito. Ele se vale de respeito, bondade e negociação. Não é dominador nem tem medo de ter controle da situação. E às vezes precisa ser firme. Claro que seu trabalho como embaixador fica muito mais fácil depois que seu convidado aprende a sua língua." A Regra do Drive-Thru"Muitos pais ficam surpresos ao saber que a coisa MENOS importante a respeito do que eles dizem para uma criança irritada é... O QUE eles dizem ! Nossas palavras são praticamente sem sentido sem o correto tom e expressão de voz.


Com crianças pequenas, repetição e brevidade são importantes.


Converse com seu filho pequeno na hora do choro como se fosse uma atendente de "drive-thru". Quando você pede um hamburger e uma coca no microfone do "drive-thru", o que o funcionário responde do outro lado ? "Está com preguiça de cozinhar ? Não sabe que isso engorda ? Custa 5 dólares." Não, ele REPETE o que você disse.


Repita o que seu filho está sentindo, usando expressões faciais, gestos, tom de voz e o seu coração. Não diga "fique quieto", "pare com isso agora", interrompendo o que a criança tem a dizer.


Na maioria das vezes, uma criança pequena chorosa está tão chateada que precisa que os pais mostrem que compreendem o que eles sentem ANTES de dizerem qualquer coisa. Se seu filho estiver sendo agressivo ou encontra-se em perigo, pule esta regra e vá para a ação. Neste caso, a SUA mensagem é prioridade." Legitimar o sentimento da criança pequena"É importante legitimar o que a criança está sentindo ANTES de dizer a sua opinião a respeito. Muitas vezes os pais cometem os seguintes erros, interrompendo a criança que chora:


- Racionalizar: "Viu ? Não tem monstro nenhum debaixo da cama".- Minimizar o sentimento: "Ah, que nada, nem foi tão forte assim. Nem doeu !"- Distrair: " Vamos lá ver aquele livro !"- Ignorar: Simplesmente virar as costas e deixar a criança chorando.- Perguntar: "Mas ele bateu em você ? Quem começou ?"- Ameaçar: "Se não se comportar, vai ficar de castigo"- Reafirmar: "Não chore, tudo bem. Mamãe está aqui".


Tais respostas têm a sua hora e lugar, mas só quando for a SUA vez de falar ! É preciso PRIMEIRO legitimar o sentimento da criança angustiada." Por que suas táticas falham ?"Porque você tem uma falha na comunicação com o seu filho. Mesmo lógica, distração e carinhos freqüentemente são ineficazes para acalmar um pequeno primitivo IRADO, na hora da birra. Por quê ?


- Seu filho não consegue realmente "escutar" você: todos nós temos dificuldade em enxergar (e ouvir) as coisas como elas são quando estamos nervosos. Isso é especialmente válido para crianças pequenas, com seus cérebros pré-históricos que não aprimoraram a linguagem ainda.


- Seu filho não sabe usar a lógica: Racionalizar requer uso do lado esquerdo do cérebro, ainda muito desorganizado em crianças menores de 4 anos.


- Seu filho está focado no que ELE quer, não no que você quer: Você consegue imaginar uma criança pequena dizendo "você está tão certa, Mamãe. Como eu nunca tinha pensado nisso antes ?" Não espere que seu amiguinho pré-histórico raciocine e ceda quando está atacado (já é difícil quando ele está calmo e feliz !).


- Seu filho pensa que você não o entendeu: Como pode seu filho gritar com você 25 vezes e ainda assim achar que você não o enteneu ? Porque você não o respondeu na língua dele !""Uma criança de 3 anos que está calma entende frases mais longas e precisa de menos repetições que alguém de 1 ano e meio. Contudo, quanto mais nervosa estiver a criança, mais primitiva ela fica. Na hora da birra, use a linguagem mais primitiva, qualquer que seja a idade da criança. Quando ela se acalmar, retorne para a linguagem usual que ela entende.


Para uma criança na hora da raiva, um gesto literalmente vale mil palavras. Não sorria se você está falando algo sério. Mostre interesse e respeito. Balance a cabeça, abaixe seu rosto com humildade e sente-se ou ajoelhe-se, para ficar no mesmo nível que a criança. Toque levemente o braço dela, mostre empatia com o seu rosto. Assim você diz, sem palavras "eu sei como você se sente".


Você não está tirando onda com a cara da criança nem reforçando o comportamento negativo, quando "fala" a linguagem dela. O fato de você discordar do ponto de vista dela não significa que você não deve demonstrar que entende o que ela quer. Ninguém recomenda que você aja assim o dia inteiro, mas quando a criança está dando aquele ataque, ajuda bastante usar a linguagem dela." Depois da Birra"Quando a criança começa a se acalmar, você pode ajudá-la:


- Fisicamente: se ele não quiser um abraço, sente-se do lado dele;- Oferecendo escolhas: "quer um suco ou um carinho mágico da Mamãe ?";- Ensinando outras formas de demonstrar emoção: "diga 'mostre uma cara de bravo para a Mamãe ver como você estava bravo' ou 'vamos desenhar como você estava bravo' ou 'vamos dar uns murros neste travesseiro ?';- Ensinando palavras para expressar emoções: "diga 'nossa, como você estava bravo !' ou 'você parecia estar com medo'.- Dando a ele o que ele quer no mundo de fantasia: "diga que você desejaria dar a ele tudo o que ele quisesse e mais";- Usando o poder do cochicho: cochichar é um jeito legal de mudar de assunto e ficar de bem novamente;- Elogiando quando ele fizer algo positivo: comente qualquer pequeno sinal de cooperação.;- Compartilhe seus sentimentos usando frases com VOCÊ-EU : "Mamãe diz 'não, não !' Quando VOCÊ bate, EU fico brava, brava, BRAVA". Isso o ajuda ver as coisas sob o seu ponto de vista"


texto: FLAVIA MANDIC

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